Há poucos
dias, enquanto conversava descontraidamente com a minha filha, ainda criança, fiz aquela pergunta tão costumeira: “o que você quer ser quando crescer?”. A resposta foi cheia de dúvidas: escritora, juíza... ou médica talvez. E então insisti no assunto: “e política?”. A isso ela respondeu prontamente: “de jeito nenhum!”. “Mas e se você tiver vocação para isso?” insisti eu. Após pedir explicações sobre o que é uma vocação, ela respondeu seguramente: “Vocação para política?! Eu?! Não. Deus é bom. Ele não faria isso comigo”, disse ela pondo um ponto final nessa questão.
É
engraçado, mas ao mesmo tempo preocupante, o desinteresse das novas gerações
pela política. As notícias de sujeira e corrupção, aliadas às críticas azedas e
frequentes dos pais, professores e adultos em geral, faz com que nossos filhos
olhem para os políticos com desconfiança. Pior ainda, há em muitos a certeza de
que é absolutamente impossível entrar nesse meio sem se enlamear numa corrupção
generalizada e impossível de ser combatida.