segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Dia do Funcionário Público

Hoje, dia 28 de outubro, comemora-se o dia do Funcionário Público. Antes de começar a escrever sobre o tema, resolvi fazer uma breve pesquisa no Google. Uma das primeiras imagens que surge é de um homem, com gravata, reclinado numa cadeira com os pés sobre a mesa e dormindo. Lamentavelmente é essa imagem que se difunde na população sobre o servidor público. Mas será isso verdade? E o que podemos fazer para modificar esse conceito?


Sou funcionário público há mais de 22 anos e posso atestar que essa imagem não é verdadeira, ou ao menos que é excessivamente distorcida. Lembro-me de que alguns anos atrás o Tribunal de Justiça de São Paulo não autorizava que os servidores trabalhassem aos finais de semana. E o principal motivo era evitar os custos que isso ensejava. Apesar disso, sem a menor pretensão de receber qualquer remuneração extra – até porque não se pagava – vários funcionários me pediam, insistentemente, que os deixasse trabalhar ao menos aos sábados, pois lhes era insuportável conviver com as pilhas de processo em atraso.

A atual Presidência do Tribunal, cujas características notórias têm sido a competência, a eficiência e a seriedade, tem autorizado a realização de uma jornada extraordinária naquelas unidades cujo volume de processos justificam essa medida. E, quando se realizam mutirões para reduzir o atraso, frequentemente aos sábados, grande tem sido a adesão, ao menos na repartição que estou à frente. 

Mas não “tapemos o sol com a peneira”. É inegável que em muitos setores a qualidade do serviço prestado é deficiente, apesar de, em muitos deles, serem elevados os custos. A solução desse problema é complexa e não pretendemos esgotar o tema aqui. Porém, por ocasião dessa comemoração, gostaria apenas de deixar registradas umas palavras de alento, que sirvam de estímulo para que sejamos, não apenas no nome, mas de fato, servidores do público.

Que tenhamos consciência de que ocupamos um cargo e exercemos uma função para servir. Portanto, a cada novo dia meditemos sobre como podemos nos esmerar para exercer melhor o trabalho que nos é confiado.

O Presidente Obama cumprimenta o faxineiro da Casa Branca
Além disso, pensemos – porque é a verdade – que nenhum trabalho é mais ou menos nobre do que o outro. O que é mais importante, o trabalho do faxineiro ou do juiz? Penso que ambos. Embora algumas funções exijam maior responsabilidade, todas são necessárias. E, dentre as nossas atribuições, todas devem ser tratadas com a mesma seriedade, ainda que umas sejam mais relevantes que as outras. Talvez um grande risco – tanto para nós próprios como para aqueles que dependem do nosso trabalho – é pensar que os trabalhos que não são vistos pelos outros são menos importantes. Mas não o são! Quanto tempo se perde, por exemplo, procurando algo que alguém não colocou no lugar certo?

Um sábio homem que conheci, que dedicou mais de quarenta anos da sua vida ao serviço público, tinha um critério bastante interessante. Dizia ele: “ninguém vem por acaso ter com você numa repartição pública. Assim, por mais absurdo que seja o que lhe disser, você tem duas opções: resolver o problema, se for da sua atribuição; ou indicar o local ou a pessoa onde ou com quem poderá procurar a solução, se isso não for da sua competência”. É claro que esse conselho nem sempre pode ser seguido. Porém, fica a recomendação no sentido de se interessar de verdade por essas mulheres e por esses homens que vêm procurar pelos nossos serviços, tratando-os sempre com dignidade e respeito.

E, nessa linha, talvez também nos sirva de conselho o que me dizia outro grande amigo: “ao falar com alguém, esforce-se por olhar nos olhos. Com isso é mais fácil ser sempre sincero e a enxergar no próximo uma pessoa, dotada de uma imensa dignidade”.

A todos servidores públicos que agem ou que se esforçam por agir assim recebam o nosso sincero parabéns e votos de uma alegre perseverança nessa grande missão que nos é confiada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário