segunda-feira, 29 de julho de 2013

Da Praia de Copacabana

Cara Leitora, Caro Leitor,

Escrevo da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Há poucos minutos se iniciou a Vigília na Jornada Mundial da Juventude. São milhões de jovens que há pouco vibraram com as palavras de alento do Papa Francisco, que os instava a levar uma vida coerente com a sua fé.


Minutos antes, o Papa percorreu a Avenida Atlântica no Papa Móvel, aclamado por uma enorme multidão que o saudava acaloradamente, comprimindo-o de um lado ou de outro...
Era como se o brilho do seu sorriso irradiasse inexplicavelmente paz e alegria que contagiava a todos por onde passava.

Confesso que fiquei a pensar se haveria um fundamento bíblico para esse carinho que os cristãos católicos tributam ao Sumo Pontífice. Mas logo se serenou o meu espírito ao encontrar registrado, nos Atos dos Apóstolos, uma cena muito semelhante, então protagonizada pelo primeiro Papa:

"14. Cada vez mais aumentava a multidão dos homens e mulheres que acreditavam no Senhor. 15. De maneira que traziam os doentes para as ruas e punham-nos em leitos e macas, a fim de que, quando Pedro passasse, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles. 16. Também das cidades vizinhas de Jerusalém afluía muita gente, trazendo os enfermos e os atormentados por espíritos imundos, e todos eles eram curados." (Atos 5, 14-16).
É impressionante notar como uma cena semelhante se repete vinte séculos após. Não digo isso com o propósito de apontar, sequer discreta ou veladamente, uma mensagem de superioridade da Igreja Católica. Mas seria uma injustiça e um atentado contra a verdade negar que há nela uma ininterrupta sucessão apostólica desde Pedro, apontado pelo proprio Cristo como cabeça, até o seu atual sucessor: Francisco.

Mas não escrevo essas palavras, digitadas com bastante dificuldade nas teclas de um aparelho celular, enquanto avança a noite sobre o mar e a praia, para fazer como que considerações teológicas... A Lua sobe magnificamente no céu de Copacabana, de modo que não posso conter o ímpeto de compartilhar com uma amiga, com um amigo, os sentimentos que invadem o coração. E devo confessar à leitora e ao leitor que é precisamente assim que sinto após tantos anos compartilhando semanalmente esta coluna.

E que sentimentos são esses? Muitos e difíceis de se definir. Mas a mensagem que predomina é a esperança. Com efeito, se milhões de jovens do mundo todo são capazes de tantos sacrifícios para estar aqui, numa verdadeira festa da fé, é porque não há somente sombras no horizonte. Por certo brilhará a luz de cada um deles nos ambientes em que vivem a irradiar, como tochas vivas, a força do amor que arde em seus corações.
Esta Vigília e a Santa Missa, que coroam e encerram a Jornada Mundial da Juventude, estava previsto para ocorrer em Guaratiba, num local que se convencionou chamar "Campus Fidei". Mas não foi possível que o evento ocorresse lá. E então se transferiu para a Praia de Copacabana. Alguns até ensaiaram umas críticas do tipo "falta de planejamento" etc. No entanto, com uma visão muito mais transcendente, o Papa Francisco nos diz que,se isso ocorreu, é porque convinha ao Espírito Santo que o evento se desse aqui.

E ouso fazer eco das palavras do Sumo Pontífice para concluir que o "Campus Fidei" é o próprio mundo. Não faltam vozes que gostariam que os cristãos voltassem às catacumbas. Mas digamos bem alto que estamos e estaremos metidos em todos os lugares: na Praia de Copacabana, nas fábricas, no campo, nos escritórios, nas repartições públicas, na família. E em todos esses lugares a gritar e cantar com o exemplo de nossas vidas que Deus existe, está vivo e nos ama imensamente. E então a alegria será a nossa marca e a nossa força. Porque o amor é jovem e rejuvenesce sempre a alma dos que amam a Deus e, por Ele, o próximo.

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