segunda-feira, 15 de abril de 2013

O silêncio de Deus

Há fatos que atingem a vida das pessoas que nos parecem de tamanha injustiça e causadores de tão grande sofrimento, que por vezes nos fazem queixar: “será que Deus não está vendo isso?”. Ou, mais incisivo ainda: “se Deus existe e é infinitamente justo – como dizem muitas pessoas de fé – como pode permitir tal coisa?”.
Essa indignação pode provir de acontecimentos da natureza, como ocorre, por exemplo, com uma pessoa que caminha na praia e é tragada por um tsunami devastador, ou – mais ligada à nossa realidade – é atingida por um raio. Mas é mais frequente fazermos esse juízo quando alguém é vítima de uma injustiça praticada por seres humanos, como ocorre com uma criança de tenra idade que é assassinada pela própria mãe, em companhia do padrasto, ou ainda de um jovem que toma um tiro na cabeça defronte a sua residência após ter o seu celular roubado.
O tema é vasto e intrigante e, evidentemente, não comporta aqui uma análise exaustiva. No entanto, penso que em breves considerações podemos serenar os ânimos e a consciência se por vezes nos virmos também com tais pensamentos.
Outro dia presenciei uma animada discussão entre uns trabalhadores da construção civil, que descansavam um pouco após o almoço. E, no meio do debate, um deles dizia: “Se eu fosse Presidente, ao menos por um dia. Ou melhor, apenas por duas horas, eu resolveria todos os problemas desse País...”. E depois prosseguiu ele com o seu plano mirabolante. E o rapaz, no seu íntimo, estava absolutamente convencido do que dizia.

Algo de semelhante ocorre em muitas instituições. É muito comum que os funcionários, ocupantes de cargos inferiores, acreditem com toda convicção que, se ocupassem os cargos mais elevados (a Presidência), reinaria ali a plenitude da justiça, da paz e da prosperidade. No entanto, quando se ocupa tais cargos se pode notar quão variados e complexos são os problemas, de tal modo que, mesmo tendo a frente pessoas extremamente capacitadas e bem intencionadas, os bons resultados nem sempre surgem rapidamente. 

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