segunda-feira, 30 de julho de 2012

Esperança e juventude

Há poucas semanas presenciei uma animada conversa de uns jovens. Era a véspera do início de uma viagem de bicicleta que faríamos pelo Caminho da Fé. Seus semblantes alegres estampavam expectativa e ansiedade. É muito interessante notar como, agitados, narravam suas peripécias em passeios anteriores por aquelas terras e expunham seus planos para os dias seguintes. Como é bom sonhar! E como as expectativas com o porvir movem as pessoas, sobretudo os mais jovens!
No entanto, nossos sonhos e expectativas não podem permanecer apenas na imaginação. Hão de ser transformados em projetos de vida que nos movam a lutar por algo que valha a pena.
Talvez grande parte da desesperança em que estão imersas muitas pessoas hoje em dia decorra da ausência de um projeto claro de vida, de não saber aonde se quer chegar. É claro que não temos domínio sobre todos os fatores que influem em nossas vidas, mas muito do que viremos a ser no futuro depende das ações e decisões que tomamos hoje.
Se fizermos uma enquete entre os meninos, perguntando o que gostariam de ser no futuro, penso que grande parte gostaria de ser jogador de futebol, rico e famoso. E, quanto às meninas, talvez se espelhem em astros da música, da moda ou do cinema. Mas serão esses sonhos, em grande parte dos casos, algo real, ou melhor, realizável? Mais ainda, se atingidos trariam, por si só, a tão almejada felicidade?
Lembro-me de que há anos atrás passava uma temporada numa fazenda em Goiás. A esposa do empregado era uma mãe e dona de casa extremamente zelosa. As panelas e utensílios domésticos, ainda que muito simples, eram mantidos sempre muito limpos e ordenados. E ela preparava um frango caipira com polenta simplesmente inigualável... Certa vez, numa conversa descontraída após o almoço, alguém lançou a indagação do que faria se soubesse que o fim do mundo está próximo. Diante dessa questão aquela boa mulher fez a seguinte ponderação à minha irmã: “Nossa, se o soubesse que o fim está próximo, você deveria se apressar em se casar e ter filhos...”.
Por certo essa ponderação chocou muito com a mentalidade hedonista já reinante naquela época e tanto mais nos dias atuais. Apesar disso, para aquela esposa e mãe dedicada casar e ter filhos era o conceito que ela tinha de aproveitar bem a vida!
Talvez sejam bons modelos que faltem aos jovens de hoje. Com efeito, pouquíssimos chegarão a ser astros do esporte, da música ou do cinema. No entanto, absolutamente todos são chamados a exercer uma profissão honrada e a ser muito felizes nos caminhos que lhes estão reservados.
Os filhos esperam dos pais, como em geral os mais jovens esperam dos mais velhos, exemplos de que a vida vale a pena, encarnados em uma existência concreta. Mas esperam modelos de realização e felicidade reais. Isso porque, não raras vezes, os ídolos forjados pela mídia desandam pelo mundo das drogas, do alcoolismo, com sucessivos relacionamentos fracassados. Tudo isso é marca característica de um vazio interior, que o aparente sucesso exterior não consegue ocultar por muito tempo. “Meus heróis morreram de overdose...”, canta melancolicamente o Cazuza.
Passada a euforia inicial, aqueles jovens ciclistas empreenderam valentemente o caminho. Foram muitos momentos felizes, permeados de esforços, quedas e recomeços. Não faltaram contrariedades e privações, todas superadas por quem tem um ideal e sabe aonde quer chegar. E é curioso notar que, nas dúvidas e encruzilhadas, quase sempre se reportavam aos mais velhos sobre o que fazer e que trajeto seguir.

Temos uma enorme responsabilidade com as gerações mais jovens, de sermos para elas farol e modelo. Não é necessário, para isso, que sejamos ídolos, mas que sejamos felizes. Trata-se de sermos homens e mulheres que têm uma missão e que, precisamente por encontrá-la, levamos uma vida coerente com as nossas convicções. Assim, seremos sal e luz, que dá sabor e que ilumina os que se aventuram a trilhar os caminhos deste mundo, com fé, esperança e amor no coração.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Como se fala?

Durante uma refeição pedi a minha filha, de seis anos, que me passasse uma travessa, ao que ela me corrigiu prontamente: “como se fala?”. De fato, esqueci-me de dizer-lhe “por favor”. Esse episódio, aparentemente sem importância, talvez nos remeta a considerar a qualidade dos nossos diálogos.
Entre os jovens e adolescentes predomina uma maneira de se comunicar que choca muitos adultos. As mensagens de celular e as conversas pela INTERNET são um verdadeiro assassinato da língua portuguesa. E, mesmo pessoalmente, dão a algumas palavras um significado bem peculiar, diferente do sentido tradicional. Tanto assim que o adjetivo “suave” significa bom, ótimo, ou algo semelhante. “Demorou” quer dizer concordo, combinado etc. Mas haverá algo de inconveniente nesse fenômeno?
Não pretendo analisar a questão sob o aspecto puramente linguístico. Os especialistas no assunto bem o sabem que a língua é dinâmica. A mudança na forma de se comunicar, ao menos sob o enfoque do comportamento humano, interessa-nos na medida em que reflete o que as pessoas que se comunicam trazem em seu interior. Afinal, a boca fala do que está no coração. Assim, valores como a reverência à autoridade legítima, o respeito ao próximo e a amizade verdadeira se tornam manifestos pela maneira de se comunicar.
Não raras vezes, em audiência, usando a toga de magistrado, deparo com jovens que se dirigem ao juiz como “você”. Não é possível caracterizar isso, de plano, como uma falta de respeito. Pode ser que o rapaz conviva em ambientes em que o pronome de tratamento “senhor” é exclusivo das pessoas idosas, de modo que usá-lo fora desse contexto seria chamar o seu interlocutor de velho, como se isso fosse depreciativo... No entanto, essa mesma atitude, não raras vezes, denota mesmo uma clara irreverência, uma atitude interior de falta de consideração com todo tipo de autoridade.
Talvez muitos de nós já tenhamos assistido a algum desses programas de auditório em que alguma atriz recebe como referência elogiosa frases do tipo: “a irreverência de Fulana de Tal”, como se isso fosse uma virtude. Ainda que sutil, trata-se de uma inversão de valores. A reverência e o tratamento cortês e respeitoso é que são qualidades e não o contrário. Nesse contexto, é um grande desfio do educador, em especial os pais e professores, formar nos filhos e alunos uma postura respeitosa diante de toda autoridade legítima, a começar por eles próprios (mestres e genitores).
Nesse assunto, convém não esquecermos um desvirtuamento que estaria no extremo oposto. Refiro-me àqueles diálogos aparentemente respeitosos, entre as mulheres com uso e abuso dos diminutivos; entre os homens, carregados de referências elogiosas, que não refletem o que se passa no interior de quem diz. São frutos da hipocrisia, ditados pelo puro interesse. Nesse cenário, também muitas vezes presenciado por nossos filhos e alunos, convém ensinar-lhes a viver a sinceridade, de maneira que o modo de falar seja, tanto quanto possível, “sim” quando for “sim” e “não” quando for “não”. Não se trata de estimular a grosseria, mas a veracidade, sem rodeios nem falsidades.

Outro dia tomei um ônibus urbano em Campinas. Era uma manhã fria. Logo que o motorista acelerou, sentia-se um vento cortante que penetrava por uma janela aberta. Um homem, que aparentava um sessenta anos, levantou-se e perguntou a uma mulher sentada no banco de traz: “A senhora se incomoda que eu feche a janela?”. Ela ficou surpresa com a delicadeza, um tanto incomum naquela situação, mas logo concordou com o pedido. Atitudes como essa fomentam um bom ambiente. E, como o bem é difusivo, animam os outros a fazer o mesmo. Imbuídos desse mesmo espírito, convém que nos questionemos, vez por outra, sobre como têm sido os nossos diálogos, sobretudo na família e com aqueles que nos são mais próximos. 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

A Maturidade da Democracia

Muito se fez para que fosse aprovada a chamada Lei da Ficha Limpa e, depois, forte tem sido a pressão para que seja aplicada o quanto antes e com rigor, de modo a manter longe dos pleitos eleitorais os políticos já condenados pela Justiça. E se tem visto nisso uma espécie de panaceia para a nossa democracia. Com efeito, pensa-se que, obstando os maus candidatos de concorrer, estaria assegurada a lisura na Administração Pública e no Poder Legislativo. Mas será que essa Lei terá esse alcance?
Confesso que vejo com preocupação o excesso de normas tendentes a regulamentar o processo eleitoral. Com o objetivo, ao menos explícito, de assegurar a ética nas eleições e, depois, no exercício do mandato, tem-se editado uma infinidade de Leis, depois regulamentadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, dispondo meticulosamente o que se pode e o que não se pode fazer durante o certame. No entanto, tenho que essa tendência contém, no fundo, certa desconfiança no bom senso do eleitor. É que se os cidadãos se empenhassem mais seriamente em escolher bem os candidatos, não precisaria a Justiça excluir da disputa os maus políticos. Os partidos deveriam fazê-lo e, se não o fizesse, os eleitores tanto menos deveriam elegê-los.
Não estamos a sustentar a desnecessidade da Lei. Contudo, ela não deveria ser encarada como o único nem o principal instrumento para assegurar a ética na política. É necessário fomentar uma efetiva e eficaz participação dos cidadãos na escolha dos representantes e, também, em todos os assuntos que interfiram no bairro em que vivem, na cidade, no Estado e no País.
Nenhum cidadão consciente pode deixar de participar ativamente na escolha daqueles que decidirão os rumos da nossa sociedade. Trata-se de uma obrigação grave cuja omissão dos bons contribui para que pessoas inescrupulosas galguem cargos que jamais deveriam ocupar.
Quando cheguei a São Paulo para cursar a Faculdade de Direito, vindo de uma pequena e pacata cidade do interior, algo que muito me impressionou negativamente foi notar como algumas praças da Capital paulista, em si belas e com grande valor arquitetônico, tornaram-se feias por serem mal frequentadas por delinquentes, afugentando delas as famílias e as crianças. Algo de semelhante ocorre na política. Se bons se omitem, os maus se apoderam dela com seus propósitos inescrupulosos.
O voto é uma decisão muito séria. Deveria ser precedida de uma intensa e cuidadosa investigação. E não se trata apenas de aferir a idoneidade do candidato. Isso já seria muito, mas é pouco. É preciso também aferir a capacidade para ocupar o cargo que pretende galgar. Talvez nos questionemos como fazer esse julgamento. E a resposta é que se há de fazer uma análise das propostas, mas principalmente, o que fez esse candidato até então.
Certa vez participei de um congresso em Valência, na Espanha, ao qual foram convidados a Prefeita e o que faz às vezes de Governador daquela província. E o que me causou maior impressão foi notar que não foram discursos vazios. Ambos se empenharam em fazer uma séria prestação de contas sobre o que vinham fazendo no exercício do mandato em relação ao assunto que se tratava no evento.
Muitos cidadãos talvez se vejam, por vezes, como que sem escolha, ou na contingência de escolher o menos pior. Ora, se isso acontece é, também, porque os bons cidadãos, que têm vocação profissional para isso, estão se omitido da obrigação também grave de se filiar a partidos e concorrer aos cargos eletivos.

A maturidade da democracia não se alcança com boas leis, nem com rigor do Judiciário em punir os maus políticos. Isso já seria um avanço. Porém, somente se constrói um verdadeiro Estado democrático se os cidadãos se engajarem de verdade em escolher e exigir dos seus representantes que honrem o mandato que lhes é confiado. Sendo assim, caro eleitor, antes de exigir dos outros e das instituições, cumpre a cada um de nós nos examinarmos o que temos feito concretamente para esse fim.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Elucubrações futebolísticas

Tive a grata satisfação de assistir, nas arquibancadas do Estádio do Pacaembu, a gloriosa conquista da Copa Libertadores pelo Corinthians. Estar presente com os filhos num campo de futebol, além de ser uma proeza um tanto desafiadora, pode ser ocasião para tirarmos interessantes reflexões. Com efeito, nessas concentrações multitudinárias, em que a paixão aflora vivamente nas pessoas, podem surgir elementos para conhecermos melhor o ser humano, os seus sonhos, o seu modo de ser, enfim, os seus anseios mais íntimos e profundos.
Inicialmente, cada um se dirige em busca do melhor local para assistir ao espetáculo. O outro, nesse momento, é apenas mais um torcedor, alguém que, em que pese a simpatia que desperta o fato de ter algo em comum, não representa nada ou quase nada para nós. Por vezes, é até um concorrente que nos impede de conseguir um assento melhor.
Quando os ânimos vão se acirrando, as barreiras que criamos e que nos mantinham confinados em nós mesmos vão cedendo, e então já entabulamos conversas amistosas e cheias de esperança com quem nunca havíamos visto antes. E eis que: “GOOOOOOL!”. E aí não há mais obstáculo algum. Abraçam-se, choram, cumprimentam-se efusivamente. E, o que é mais interessante: ninguém se incomoda que o vejam extravasar em lágrimas aquilo que até então mantínhamos bem envolvido com uma forte armadura em nosso interior.
E a festa segue... Levanta-se a taça há mais de um século esperada, a euforia continua... Porém, pouco a pouco, o outro vai se tornando o mesmo ser longínquo e distante, portador de um grande mistério dentro de si, onde nos é impossível ou muito difícil penetrar...
Talvez agora possamos dar asas à imaginação e considerar como seria aquele espetáculo se fôssemos o único torcedor naquele estádio. Penso que ainda que a vitória do nosso time fosse mais brilhante e arrasadora, não teria a menor graça. Isso talvez nos remeta a uma constatação: tudo aquilo que consideramos bom para nós precisa ser compartilhado com outras pessoas. Do contrário, ao pretendermos encerrar em nós mesmos qualquer benefício, pelo simples fato de o utilizarmos egoisticamente, aquilo que era um bem, deteriora-se e morre.
É inegável que nessas elucubrações sobre uma partida de futebol poderíamos encontrar aspectos negativos, também de certo modo arraigados na natureza humana. Podemos mencionar, por exemplo, a hostilidade com o adversário e intolerância que muitas vezes se manifesta com aqueles que não possuem a mesma preferência. Mas centremo-nos, hoje, nos aspectos positivos. Afinal, o Timão é campeão!
E dentre esses bons sentimentos que vislumbramos estampados no coração de cada homem e de cada mulher é o de querer propagar e difundir os amores que trazem guardados nos seus corações. Aflora evidente aqui que o outro é, para cada um de nós, uma oportunidade imperdível de exteriorizar aquilo que é mais marcante em cada ser humano: o amor.
É certo que esse amor não é só sentimento. Ainda que esse seja, muitas vezes, um importante meio para torna-lo conhecido, o amor deve assumir contornos mais racionais. E então gera compromissos sólidos e duradouros, que nos move a buscar o bem do outro.

Uma grande lição que talvez pudéssemos extrair é que o amor e a alegria somente são verdadeiros quando são comunicados àqueles que nos estão próximos: esposa, marido, filhos, pais, amigos, colegas de trabalho e todos com quem convivemos. Isso se traduzirá, muitas vezes, em pequenos gestos que demonstram nosso apreço. E, para fazê-lo, não é necessário esperarmos por grandes emoções. Tampouco se há de aguardar 102 anos... Podermos fazer com que seja algo constante e perene em nossas vidas, como o bater de um coração eternamente enamorado.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Castigos físicos e a crise de autoridade

Na semana passada a imprensa noticiou, com grande indignação, a atitude de uma professora da rede pública de ensino que, em um recado enviado aos pais, teria aconselhado a esses “dar umas cintadas” no filho, acaso ele insistisse no comportamento inadequado. Reacende-se, com isso, a antiga polêmica das palmadas na educação.
Os castigos físicos estão longe de ser a melhor estratégia pedagógica. A obediência se consegue, principalmente, pelo prestígio do educador. Esse deve ser o admirado e estimado pelo educando e isso há de ser o maior e principal sustentáculo da sua autoridade.
O tal prestígio se obtém, basicamente, por duas vias.
A primeira se refere aos atributos pessoais do educador: simpatia, carisma, interesse sincero pelo aluno, dedicação, coerência de vida, bom humor, saber ouvir, compreender... São virtudes que atraem e, como que naturalmente, movem os que cercam o educador a querer imitá-lo. Seus conselhos soam como imperativos, mesmo quando são ditos com delicadeza. Ou melhor, precisamente porque são proferidos com profundo respeito à pessoa e à liberdade do aluno, fomentam nestes uma sólida e determinada disposição para segui-los livremente.
A outra via pela qual se constrói a autoridade está relacionada com as atitudes das demais pessoas perante ela. Por exemplo, se o aluno é introduzido numa escola em que os colegas, os funcionários, os outros professores e o diretor tributam respeito e reverência a um determinado mestre, cria-se um clima que favorece enormemente a autoridade do profissional.
E o contrário também pode acontecer. Assim, por exemplo, se um professor se dispõe a criticar o colega, talvez em tom de fofoca em sala de aula, essa atitude mina a autoridade do outro professor e a própria.
Algo de semelhante ocorre em casa. Se o pai se dispõe a elogiar a mãe diante dos filhos quando ela não está presente, essa atitude aumenta o prestígio dela e, com isso, ganha-se mais autoridade. De igual modo, a mãe pode e deve ressaltar as qualidades do pai diante dos filhos. E quem ganha com isso são os próprios filhos e a família com um todo, pois se adquire a confiança necessária para obedecer com prontidão e alegria.
Atendo-nos a essa realidade, se a atitude da professora, exposta no inicio, não é a mais adequada, a postura da imprensa, da direção da escola e dos pais diante dela, pode causar um mal aos alunos muito pior do que causariam duas ou três cintadas nas pernas do estudante indisciplinado. É que, contemplando a notoriedade do fato e a censura, sobretudo moral, que a professora tem sofrido, tende-se a formar nos alunos a falsa ideia de que podem fazer o que bem entendem sem que possam sofrer qualquer punição pelo seu mau comportamento.

A autoridade do professor, como também a dos pais, é um imenso tesouro do qual se beneficiam exclusivamente os alunos, ou os filhos. E, nunca convém nos esquecermos, a autoridade somente é legítima se exercida para o bem daqueles que lhe estão sujeitos. Por isso, é missão fundamental de todos nós reconstruí-la e promovê-la, pois dela depende o sucesso da educação. E dessa, todos sabemos, a sobrevivência da nossa nação. Mais ainda, dependem a felicidade e a realização dos nossos filhos e alunos.