segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ontem, hoje e sempre.

O relacionamento conjugal e a educação dos filhos no mundo moderno apresentam desafios que precisam ser enfrentados com sentido profissional, ao menos com a mesma seriedade e dedicação que empregamos no nosso trabalho. Durante séculos a maneira de se desempenhar os papéis de pai, mãe, marido, esposa e filho foi ditada pelo senso comum. Com isso, os modelos aprendidos na infância e adolescência eram mais ou menos imitados, até porque a própria sociedade os impunha também com uma certa rigidez, de modo que não havia muito o que estudar e aprender para se viver as relações familiares.
Atualmente não pode ser assim. As circunstâncias que marcam as vidas dos nossos filhos são substancialmente diferentes daquelas que nós vivemos quando tínhamos a idade deles, bem como provavelmente os seus filhos viverão num mundo também muito diferente. E isso é um fenômeno relativamente recente na história da humanidade. Em outras épocas as mudanças não eram tão acentuadamente constatadas entre uma geração e outra, de modo que os modelos dos pais impunham-se por si sós. Agora não. Diante dessa realidade inegável, sobre que bases podemos construir um relacionamento conjugal feliz? E como educar os filhos para que se realizem enquanto pessoas num mundo que permanece em contínuas e profundas mudanças todos os dias?
Penso que a solução é focar no que é essencial e imutável no ser humano em qualquer tempo e lugar. Mas essa indagação nos remete a uma outra, talvez de mais difícil solução: o que está na essência da pessoa e que merece ser cuidado ainda que mudem os fatores externos como o ambiente, os costumes etc.?
A razão mais fundamental da existência do homem e da mulher é o amor. Cada ser humano nasce com a necessidade de ser e de se sentir amado, ao mesmo tempo que anseia por amar e manifestar esse amor aos que o cercam. Mas essa resposta, por demais genérica, não resolve o problema de como lidar com cada uma das situações por que passam os relacionamentos conjugais e a educação dos filhos. Com efeito, é certo tais relações devem ser pautadas por um amor desinteressado que busca o bem do outro acima dos interesses pessoais, mas ainda assim vivenciamos a cada momento grandes dúvidas sobre como agir corretamente em cada situação.
Bem por isso que os pais têm a necessidade cada vez mais premente de buscarem uma formação continuada. Essa formação visa buscar soluções adequadas para enfrentar os problemas conjugais e os relacionados com a educação dos filhos precisamente nesse contexto em que se desenvolvem suas vidas. E cada vez mais terá um papel relevante o trabalho de orientação familiar. Realizada com sentido profissional e com o propósito de ajudar as famílias a desempenharem o seu paper transformador, essa atividade deve resgatar nos casais e nos filhos a esperança de que é possível construir um lar feliz, apesar dos imensos desafios que o mundo moderno nos apresenta.
O grande mal está em pensar que tudo é relativo. Como as coisas mudam diariamente num ritmo frenético corremos o risco de pensar que não há verdades imutáveis. Tanto hoje como há um século ou há um milênio a mulher gosta de ser reconhecida e valorizada pelo esposo, quer que ele a escute com atenção e que seja carinhoso em qualquer momento e não apenas quando deseja uma relação íntima. E também o marido sempre gostou que a esposa lhe seja dócil (o que não é o mesmo que submissão) e que também se esforce por ser agradável e atraente. E isso é possível mesmo com o passar dos anos, afinal cada idade tem o seu sabor e a sua beleza.

Os modos pelos quais se exprimem verdades eternas podem variar e de fato variam muito com o tampo. As longas cartas redigidas com uma pena embebida no tinteiro foram substituídas pelo sms ou pelo e-mail, mas em todos sempre coube dizer com muitas ou poucas palavras: “eu te amo”. Também o carinho e a dedicação aos filhos possuem hoje contornos muito diferentes de outras épocas. Mas em todas elas o pai e a mãe seguem com a enorme responsabilidade de inspirar outras vidas que buscam neles modelos que possam dar um sentido às suas próprias existências. E isso ontem, hoje e sempre. 

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