segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Semana Nacional da Vida

De 1 a 8 de outubro, comemora-se a Semana Nacional de Defesa da Vida e, no dia 8 deste mês, celebra-se o Dia do Nascituro. Para marcar esses eventos, no último sábado, dia 02 de outubro, a Comissão de Defesa da Vida da Diocese de Campinas, da qual tenho a honra de participar, juntamente com os jovens da Renovação Carismática Católica, realizou atividades na Praça Rui Barbosa e nas ruas centrais da cidade. Na oportunidade procurou-se conscientizar as pessoas sobre a importância da defesa da vida, desde o momento da concepção.
O trabalho de conscientização das pessoas é fundamental. O maior inimigo da vida e, por conseqüência, o maior aliado da cultura da morte que tenta cada vez mais se infiltrar em nossa sociedade, talvez não seja o ativismo dos que pretendem a todo custo legalizar o aborto em nosso País, mas a indiferença da imensa maioria das pessoas. Muitas dessas, no fundo de suas consciências, acreditam que a vida deve ser protegida desde o seu primeiro instante, porém, imersos em seu mundo, nas suas coisas, pensam que lutar pela defesa da vida é algo que não lhes diz respeito, como se nada tivessem que ver com isso.
Há algumas semanas, em companhia de um amigo e de dois de meus filhos tive a oportunidade de visitar uma família extremamente pobre aqui de Campinas. Num espaço muito pequeno, com precárias condições de higiene e sem nenhum conforto, reside uma mulher, com seu esposo e sete filhos, além de dois netos e um sobrinho. É muito triste constatar que pessoas possam viver nessas condições bem ao lado de casas suntuosas situadas em condomínios fechados, fortemente cercados por seguranças, cerca elétrica etc.
Essa família não deixou de existir durante os anos em que eu, meu amigo e meus filhos não a conhecíamos. O sofrimento diário era exatamente o mesmo, talvez até maior, agravado pela indiferença.
Penso que muito semelhante é a condição do ser humano que há no seio materno desde a concepção. O fato de não o vermos não quer dizer que não exista. Por não se ouvir os seus gritos quando é assassinado não se muda a realidade de que não seja uma pessoa que desde aquele momento luta por viver.
Lutar pela vida, desde o seu primeiro instante, é acima de tudo, sinal de gratidão. Não fosse a generosidade de nossa mãe em nos acolher e levar a gravidez até o final simplesmente não existiríamos. Não será questão de justiça lutar para que todos os seres humanos concebidos tenham, tal como nós, a oportunidade de viver e desfrutar da felicidade a que estamos chamados para todo o sempre?
O impacto inicial causado pela adversidade em que vive aquela família pobre foi dissipado por uma grata surpresa: a alegria e a esperança estampada nos olhos das crianças e jovens que ali viviam. Qual seria o segredo disso?
Talvez já tenhamos oportunidade de estar com pessoas muito abastadas que, apesar disso, estão sempre a reclamar disso e daquilo. No entanto, não ouvi ali uma reclamação sequer. Ao contrário, aquela mãe vivia ali muito alegre. E então me contou o seu segredo: “filho é sempre uma bênção. Eu amo muito todos eles”.

É bem verdade que não se pode ser irresponsável a ponto de não cuidar dos meios materiais necessários para formar os filhos. Tampouco aquelas condições podem ser tidas como ideais para se construir um lar. Porém, o essencial não lhes faltou: o amor de uma mãe que recebe os filhos com alegria, que os deixa nascer e os faz viver. O resto, ainda que importante, é secundário. Ademais, com boas políticas públicas e senso de solidariedade e justiça nas pessoas em geral, consegue-se erradicar a pobreza, sem desrespeitar a vida. Afinal, é pela vida que buscamos o progresso econômico. Ou não?

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