segunda-feira, 12 de julho de 2010

Férias dos filhos

Férias de julho: alegria para os filhos, terror para os pais. É que em muitas famílias nem sempre é possível conciliar as férias dos pais com as dos filhos, e então fica o grande dilema: o que fazer com eles nestes dias?
É importante considerar que estar de férias não significa fazer o que quiser e na hora que quiser. De fato, não há motivo para impor aos filhos, nestes dias, um ritmo de quartel. É bom poder acordar um pouco mais tarde, ter mais tempo para brincar e se divertir. Isso não quer dizer, porém, que se deva ficar até de madrugada no computador, acordar após o meio-dia e passar a tarde esparramado diante da TV.
É interessante que os pais façam com os filhos a programação das férias. Que decidam juntos o tempo que terão para ficar no computador, jogar vídeo-game, assistir TV, mas que também reservem um tempo para brincadeiras, para os jogos saudáveis e para a prática de esporte. É que, bem aproveitado o tempo, as férias ficam mais divertidas e menos enfadonhas.
Além disso, podem-se organizar visitas a pessoas carentes em suas casas ou em instituições que cuidam de crianças ou de idosos. Propiciar oportunidade para que os jovens vejam a realidade das pessoas que sofrem abre-lhes a mente para valorizar o que possuem e, principalmente, para que aprendam a viver a solidariedade, notando a alegria que há em servir e se doar aos demais.
Lamentavelmente, porém, mal começam as férias, muitos pais se lançam a procurar por programa de férias na escola, no clube ou em outros locais, como que querendo inserir os filhos em qualquer lugar que esteja “seguro” e, principalmente, não causem aborrecimentos.
No entanto, as férias trazem uma oportunidade imperdível de se estar mais tempo com os filhos, e esse convívio mais estreito é imprescindível para a formação deles. Assim, mesmo que não estejam também de férias, muitos pais possuem horários de trabalho mais flexíveis e, com esforço e criatividade, conseguem iniciar as atividades mais tarde, compensando o horário no final do expediente, de modo a ficar com os filhos pela manhã, ou, ao contrário, entrar mais cedo para ter mais tempo ao final do dia. E mesmo que os horários sejam rígidos, sempre há como se desdobrar para estar mais com eles nesses dias.
E esse empenho por aumentar o convívio nesse período pode ser maior no caso de viagem. Infelizmente, porém, muitos pais, ao procurarem local para passar as férias, escolhem como requisito principal que haja monitores para cuidar das crianças. É que – pensam – assim se pode aproveitar mais, com as crianças para um lado e os pais para outro. Não há nenhum problema em que se conte com ajuda nessas ocasiões. No entanto, isso não deveria ser um expediente para aumentar ainda mais a distância entre pais e filhos.
Nos momentos de descontração, como ocorre num passeio ou numa viagem, é que os pais conseguem estar mais atentos ao que dizem, pensam e anseiam os filhos. Nessa convivência também podemos aprender muito com eles. Outro dia, num momento de descontração, perguntei a um rapaz conhecido sobre o seu ideal de vida. E ele respondeu prontamente, deixando claro que já havia refletido sobre o assunto: “quero mudar significativamente para melhor a vida das pessoas que conviverem comigo”.
Os momentos de descanso são preciosos para estimular nos filhos aquilo que têm de bom e, como carinho e sentido de oportunidade, podarem as arestas, fazendo-os refletir sobre outros aspectos em que poderiam ser melhores.

Ao se propor esse programa de férias para os pais, talvez alguém possa pensar que, com isso, não conseguirão descansar. No entanto, não é assim. Educar bem os filhos pode ser uma atividade divertida e gratificante, ainda que implique esforços e sacrifícios. E, ademais, da missão de pai e de mãe não tiramos férias nunca.

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