Férias de julho: alegria para os filhos, terror para
os pais. É que em muitas famílias nem sempre é possível conciliar as férias dos
pais com as dos filhos, e então fica o grande dilema: o que fazer com eles
nestes dias?
É importante considerar que estar de férias não
significa fazer o que quiser e na hora que quiser. De fato, não há motivo para
impor aos filhos, nestes dias, um ritmo de quartel. É bom poder acordar um
pouco mais tarde, ter mais tempo para brincar e se divertir. Isso não quer
dizer, porém, que se deva ficar até de madrugada no computador, acordar após o
meio-dia e passar a tarde esparramado diante da TV.
É interessante que os pais façam com os filhos a
programação das férias. Que decidam juntos o tempo que terão para ficar no
computador, jogar vídeo-game, assistir TV, mas que também reservem um tempo
para brincadeiras, para os jogos saudáveis e para a prática de esporte. É que,
bem aproveitado o tempo, as férias ficam mais divertidas e menos enfadonhas.
Além disso, podem-se organizar visitas a pessoas
carentes em suas casas ou em instituições que cuidam de crianças ou de idosos. Propiciar
oportunidade para que os jovens vejam a realidade das pessoas que sofrem
abre-lhes a mente para valorizar o que possuem e, principalmente, para que
aprendam a viver a solidariedade, notando a alegria que há em servir e se doar
aos demais.
Lamentavelmente, porém, mal começam as férias, muitos
pais se lançam a procurar por programa de férias na escola, no clube ou em
outros locais, como que querendo inserir os filhos em qualquer lugar que esteja
“seguro” e, principalmente, não causem aborrecimentos.
No entanto, as férias trazem uma oportunidade
imperdível de se estar mais tempo com os filhos, e esse convívio mais estreito
é imprescindível para a formação deles. Assim, mesmo que não estejam também de
férias, muitos pais possuem horários de trabalho mais flexíveis e, com esforço
e criatividade, conseguem iniciar as atividades mais tarde, compensando o
horário no final do expediente, de modo a ficar com os filhos pela manhã, ou,
ao contrário, entrar mais cedo para ter mais tempo ao final do dia. E mesmo que
os horários sejam rígidos, sempre há como se desdobrar para estar mais com eles
nesses dias.
E esse empenho por aumentar o convívio nesse período
pode ser maior no caso de viagem. Infelizmente, porém, muitos pais, ao
procurarem local para passar as férias, escolhem como requisito principal que
haja monitores para cuidar das crianças. É que – pensam – assim se pode
aproveitar mais, com as crianças para um lado e os pais para outro. Não há nenhum
problema em que se conte com ajuda nessas ocasiões. No entanto, isso não
deveria ser um expediente para aumentar ainda mais a distância entre pais e
filhos.
Nos momentos de descontração, como ocorre num passeio
ou numa viagem, é que os pais conseguem estar mais atentos ao que dizem, pensam
e anseiam os filhos. Nessa convivência também podemos aprender muito com eles.
Outro dia, num momento de descontração, perguntei a um rapaz conhecido sobre o
seu ideal de vida. E ele respondeu prontamente, deixando claro que já havia
refletido sobre o assunto: “quero mudar significativamente para melhor a vida
das pessoas que conviverem comigo”.
Os momentos de descanso são preciosos para estimular
nos filhos aquilo que têm de bom e, como carinho e sentido de oportunidade,
podarem as arestas, fazendo-os refletir sobre outros aspectos em que poderiam
ser melhores.
Ao se propor esse programa de férias para os pais,
talvez alguém possa pensar que, com isso, não conseguirão descansar. No
entanto, não é assim. Educar bem os filhos pode ser uma atividade divertida e
gratificante, ainda que implique esforços e sacrifícios. E, ademais, da missão
de pai e de mãe não tiramos férias nunca.
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