segunda-feira, 19 de julho de 2010

Educando Adolescentes Hoje

Muitos pais de adolescentes se queixam dizendo: “Meu filho se tornou um preguiçoso, vive agora ‘esparramado’ no sofá a ouvir música”. Alguns lamentam: “Ele está tão rebelde, contesta tudo e a tudo exige explicações”. Os mais ciumentos, cheios de saudades, reclamam: “minha filha agora que está se tornando moça nem liga mais para nós, só pensa em ficar com as amigas e de ‘namoricos’”.
Será que são preguiçosos? Não é verdade que o adolescente seja em regra um  preguiçoso. Nessa fase, devido às mudanças hormonais e outros fatores biológicos, é natural que lhes custe mais desempenhar tarefas que exigem esforços. Aliás, aquela vitalidade incansável da criança, que corre de um lado para o outro, sempre solícita a fazer o que lhe pedem, não poderia durar para sempre.
É conveniente, então, sabendo que essa “moleza” surgirá nessa fase da vida, que os pais os estimulem com carinho e compreensão. Não se trata de deixar as coisas correrem, pensando que “logo isso passa”. Se não se fizer nada, não passa não, e terão esse vício para o resto da vida. Mas se deve estimular com um sentido positivo, sem ares de ameaça ou de reclamação, a fazer algum esporte, a estudar, a envolver-se em atividades de serviço aos demais (voluntariado). Enfim, cabe aos pais ajudá-los a vencer, vencendo-se a si próprios primeiro.
Talvez a crítica mais injusta que se faz contra o adolescente seja a de que é rebelde. A rebeldia em si não é ruim, mas deve ser bem orientada. E se o for é capaz de mudar o mundo. As crianças trazem gravadas na alma um sentido muito forte de justiça. Quando crescem e compreendem um pouco melhor as coisas, passam a notar, com grande decepção, as injustiças, hipocrisias e traições que há nas pessoas. Com isso, seus corações puros tendem a se rebelar. Mas isso é uma reação saudável, conquanto que os estimulemos a transformar essa rebeldia em ações concretas para o bem do próximo, pois somente assim que se constrói uma sociedade mais humana.
Por que incomoda ou intriga que estejam de “paqueras”? Salvo para umas poucas pessoas, que por escolha ou um desígnio qualquer optam pelo celibato, as demais sonham em se casar, em constituir uma família. E para essas, o desejo de se dar a outra pessoa começa já nessa fase da vida. Dar-se, não no sentido de relação sexual, mas de entrega a alguém com quem um dia se vai formar uma comunhão plena de vida, parafraseando o nosso Código Civil. Assim, está-se a procura desse alguém com quem mereça compartilhar uma vida.
É bem verdade que alguns jovens vivem isso de forma inconseqüente. É momento, então, de orientá-los, fazendo-os enxergar a imensa dignidade que encerra a condição do ser humano, de modo que essa doação a outra pessoa há de ser ponderada, refletida, ainda que tenha como impulso uma forte carga emotiva. A própria sexualidade, que aflora muito vivamente nesta fase da vida, deve ser encarada como algo maravilhoso, que integra a natureza humana, mas ao mesmo tempo ser vivida com responsabilidade.
Os conflitos da adolescência são devidos mais aos pais que aos filhos. Afinal, os pais já passaram por essa fase. Portanto, seria muito mais lógico exigir deles a compreensão, o carinho e a atenção de que os filhos tanto necessitam nessa idade.
Mas a solução não é encontrar culpados e sim empreender esforços por harmonizar essa relação. Para isso, muitas vezes os pais de nosso tempo não conseguem empreender essa luta sozinhos. Têm de buscar conselhos com bons profissionais. Devem estudar e colocar os estudos em prática. E convém lembrar que na educação, como em quase tudo, é melhor chegar antes que o problema. Assim, o momento ideal para pensar em como educar adolescentes é quando os filhos estão ainda na infância.

Para os pais que se interessam pelo assunto, ocorrerá em Campinas, no próximo dia 21 de agosto, na UNICAMP, um seminário que terá como tema Educando Adolescentes Hoje. As informações podem ser obtidas através do e-mail seminario.hoje@gmail.com ou através do telefone (19) 3241-9388.

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